As suas preferências desta sessão foram atualizadas. Para alterar permanentemente as configurações da sua conta, acesse
Lembre-se de que é possível atualizar o país ou o idioma de sua preferência a qualquer momento em
> beauty2 heart-circle sports-fitness food-nutrition herbs-supplements pageview
Clique para ver nossa Declaração de Acessibilidade
App da iHerb
checkoutarrow
BR

Zinco e L-Carnosina: Combinados, Podem Beneficiar a Saúde do Intestino

51,694 Visualizações

anchor-icon Índice dropdown-icon
anchor-icon Índice dropdown-icon

O zinco e a L-carnosina são dois ingredientes que podem proporcionar benefícios potencialmente vitais à saúde. Embora a maioria das pessoas tenha ouvido falar do zinco como suplemento nutricional para auxiliar na saúde imunológica, o uso de L-carnosina suplementar é menos conhecido. Embora o zinco e a L-carnosina possam ser tomados individualmente, quando combinados na forma de zinco-L-carnosina, ou polaprezinco, o complexo tem efeitos excepcionais que auxiliam ainda mais na função gastrointestinal.

Zinco

Quando as pessoas pensam em zinco, elas geralmente pensam na função imunológica. E, de um modo geral, é bom fazer essa associação. O zinco, no entanto, tem inúmeras funções dentro do corpo, que envolvem processos enzimáticos, estruturais e regulatórios.

Embora o zinco seja muitas vezes descrito pelo papel que desempenha em mais de 300 enzimas, a última contagem sugere que o mineral está envolvido em mais de 2000 delas. As enzimas são proteínas que formam ou quebram os componentes de que nosso corpo precisa. Um dos exemplos mais conhecidos são as enzimas digestivas. Sem as enzimas, nosso corpo não funcionaria. Por isso, não é surpresa o fato de que, em casos de escassez de zinco durante o desenvolvimento, a criança pode sofrer atraso no crescimento. Esse atraso no crescimento geralmente é usado para medir o percentual de crianças com deficiência de zinco em uma população específica.

Além do seu papel na função enzimática, o zinco também é crucial para a estrutura de inúmeras proteínas, muitas das quais são usadas para regular a expressão gênica. Com a adição do zinco, essas proteínas são estabilizadas, o que as torna capazes de fazer suas tarefas necessárias, incluindo a ligação com o ácido desoxirribonucleico, ou DNA.

Além disso, o zinco iônico é um fator importante nos processos de regulagem em todo o corpo. Os íons de zinco promovem ou inibem inúmeras funções biológicas. Essa função reguladora do zinco é a principal via que sustenta o sistema imunológico. Uma revisão recente concluiu que o mineral desempenha um papel essencial em inúmeras funções no nível celular, incluindo a ativação, divisão e desenvolvimento das células. O zinco também contribui para a cura de feridas, coagulação do sangue, função da tireoide e produção de esperma. Neurologicamente falando, o zinco ajuda no desenvolvimento mental e na melhora da memória.

Zinco e a Função Gastrointestinal

O zinco desempenho um papel essencial no corpo humano. E uma de suas principais funções é o auxílio à função gastrointestinal. A capacidade do zinco de ajudar em casos de diarreia infantil é provavelmente uma das mais conhecidas. Estudos realizados na Índia mostraram uma redução de 39% nos casos de diarreia com mais de sete dias de duração em crianças, quando suplementadas com zinco.

O zinco também é essencial para reduzir a permeabilidade intestinal, o chamado intestino poroso. A permeabilidade intestinal geralmente é causada por uma inflamação. Quando presente, essa inflamação pode criar brechas entre células intestinais que geralmente são ligadas firmemente umas nas outras. Essas brechas permitem que partículas de alimentos que não foram totalmente digeridas e outros conteúdos gastrointestinais entrem no corpo. Essas partículas podem causar uma resposta imunológica e mais inflamação. As doenças autoimunes, incluindo doença celíaca, diabetes tipo 1, esclerose múltipla e artrite reumatoide, têm correlações com uma maior permeabilidade intestinal. Alguns pesquisadores até mesmo especularam que o aumento na permeabilidade intestinal é uma causa ou fator de contribuição para alergias alimentares e reações adversas a alimentos.

Um exemplo prático de como o zinco auxilia o intestino envolve a remissão de pacientes com doença inflamatória intestinal. O aumento na permeabilidade intestinal amplia o risco de recaída. É importante notar que a suplementação com zinco por si só se mostrou capaz de ajudar a reverter a permeabilidade, reduzindo, assim, os riscos de recaída.

L-Carnosina

A L-carnosina é um dipeptídeo — uma combinação de dois aminoácidos — encontrado naturalmente no corpo. Ela recebeu o nome de carnosina por ter sido originalmente descoberta na carne (do latim, carnis). A maior parte da L-carnosina é encontrada no coração, nos músculos e no cérebro.

Como molécula, a carnosina exibe efeitos bioquímicos interessantes no corpo. Do ponto de vista funcional, a L-carnosina atua como um neurotransmissor. Ela parece reforçar a produção de energia e a função imunológica. Ela tem uma potencial atividade anti-idade e de longevidade e é capaz de quelar metais pesados. Curiosamente, no cérebro, a L-carnosina também é capaz de reduzir o glutamato, um neurotransmissor excitatório envolvido em inúmeros problemas de saúde mental.

De forma geral, pesquisas sugerem que a L-carnosina atua como antioxidante, anti-inflamatório e inibidor de agregação de proteínas. O último efeito pode ter relevância na prevenção de demência e doença de Alzheimer, já que se acredita que os agregados de proteína têm relação com os danos que causam a demência.

Os Benefícios da Carnosina

Por si só, a L-carnosina aparenta ter um potencial significativo como suplemento. Um pequeno caso de estudo encontrou benefícios contra a esclerose múltipla. A L-carnosina também é listada ao lado do 5-HTP, da erva-de-são-joão e do açafrão como tratamento natural para ajudar na depressão. Um teste clínico que combinou a L-carnosina com medicamentos antidepressivos convencionais encontrou melhoras rápidas comparado à combinação de medicamento e placebo. Os autores solicitaram mais estudos para explorar o rápido efeito antidepressivo que a L-carnosina pareceu proporcionar. Um estudo semelhante com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) também sugere uma possível utilidade na melhora dos sintomas de TDAH.

Os benefícios potenciais mais bem documentados da L-carnosina são o controle do açúcar no sangue e o desempenho atlético. Uma recente meta-análise concluiu que a L-carnosina pode melhorar os níveis de insulina e açúcar no sangue em humanos. No desempenho atlético, a L-carnosina, ou sua precursora, beta-alanina, muitas vezes é dada para auxiliar nos níveis de carnosina em todo o corpo. Estudos sugerem que a suplementação é potencialmente eficaz na melhora do desempenho atlético, medida tipicamente como uma maior capacidade de fazer exercícios.

Zinco e L-Carnosina Combinados: Zinco-L-Carnosina

Embora o zinco e a L-carnosina se destaquem de forma independente, uma combinação iônica dos dois traz algumas propriedades únicas que vão além de suas atividades individuais. O zinco-L-carnosina é um quelato, uma molécula de carnosina com dois hidrogênios removidos e substituídos por um íon de zinco. A combinação parece ter efeitos potentes na cura da mucosa intestinal.

Dano Gastrointestinal Causado por AINEs

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno e aspirina, são conhecidos por danificar a mucosa do intestino e causar sangramento gastrointestinal. Em um pequeno teste clínico, o zinco-L-carnosina se mostrou capaz de bloquear a maior parte do dano gastrointestinal causado pela ingestão de AINEs. Em pacientes que tomaram AINEs, a permeabilidade intestinal aumentou três vezes, indicando dano no revestimento do trato intestinal. Em pacientes que tomaram AINEs combinados com zinco-L-carnosina, a permeabilidade intestinal permaneceu inalterada, demonstrando uma poderosa proteção gastrointestinal.

A terapia com aspirina em baixa dose muitas vezes é prescrita como tratamento para prevenir ataques cardíacos. No entanto, o medicamento ainda pode causar sangramento e irritação intestinais significativos, mesmo em doses baixas. Em pacientes sob aspirina em baixa dose com indícios de dano nas mucosas, o zinco-L-carnosina mostrou-se capaz de reduzir lesões no trato gastrointestinal. Considerando o número de pessoas que desenvolvem úlceras ou gastrite com o uso de AINEs, o zinco-carnosina pode ser uma ferramenta simples mas poderosa para a prevenção de danos.

Úlceras Estomacais

No Japão, o zinco-L-carnosina é um medicamento prescrito para ajudar a curar úlceras no estômago. Curar uma úlcera estomacal, tipicamente causada por uma bactéria chamada Helicobacter pylori (H. pylori), geralmente exige a eliminação dessa bactéria. Infelizmente, a H. pylori é um micro-organismo notoriamente difícil de erradicar, e muitas vezes exige três ou quatro medicamentos durante duas semanas.

Em um teste preliminar, a terapia padrão de três medicamentos contra a H. pylori foi combinada com zinco-L-carnosina ou um placebo. Entre os pacientes que receberam zinco-L-carnosina, 100% eliminaram a bactéria, comparados a 86% dos pacientes do grupo placebo. Um teste separado que utilizou antimicrobianos também encontrou resultados melhores com o zinco-L-carnosina. Dos pacientes que tomaram zinco-L-carnosina, 77% efetivamente eliminaram a infecção pela H. pylori. Dos pacientes que receberam um placebo, somente 58,6% tiveram sucesso.

Colite Ulcerativa

A colite ulcerativa é uma doença intestinal autoimune. A inflamação do intestino grosso pode se tornar tão grave que ocorre dano ao tecido, causando uma característica diarreia com sangue. A doença pode ser difícil de tratar, com o objetivo principal sendo a remissão das ulcerações gastrointestinais. Em um pequeno estudo preliminar de enemas de zinco-L-carnosina combinados com o tratamento padrão, 71% dos pacientes tiveram melhora ou remissão. Nos pacientes tratados apenas com a terapia padrão, somente 10% melhoraram ou atingiram a remissão. Com base na ampla resposta clínica, estudos adicionais são urgentemente necessários para confirmar os potenciais efeitos do zinco-L-carnosina no tratamento de colite ulcerativa.

Sintomas Gastrointestinais Funcionais

Embora não tenha sido bem estudada, uma revisão recente concluiu que o zinco-L-carnosina também pode ajudar a tratar problemas gastrointestinais induzidos pelo estresse, com base em indícios existentes. Esses distúrbios funcionais são sintomas gastrointestinais que não apresentam indícios de um processo de doença subjacente em exames de imagem ou laboratório.

Os distúrbios gastrointestinais funcionais são comuns, sendo o exemplo mais conhecido a síndrome do intestino irritável. Considerando a dificuldade em tratar sintomas gastrointestinais funcionais, pesquisas com humanos podem ter um valor inestimável para elucidar todo o potencial do zinco-L-carnosina em seus tratamentos.

Conclusão

O zinco e a L-carnosina são dois suplementos extraordinários por si só que têm benefícios corroborados por pesquisas. Combinados, eles formam um complexo extraordinário que parece funcionar como um recurso potente para estimular a cura gastrointestinal. Algumas das melhores evidências sugerem benefícios para ajudar a tratar úlceras estomacais e a prevenir danos intestinais causados por AINEs como a aspirina e o ibuprofeno. No entanto, o zinco-L-carnosina também pode ser útil contra a colite ulcerativa e outros sintomas gastrointestinais funcionais.

Referências:

  1. Andreini C, Bertini I. A bioinformatics view of zinc enzymes. J Inorg Biochem. 2012;111:150-156. doi:10.1016/j.jinorgbio.2011.11.020
  2. Araminia B, Shalbafan M, Mortezaei A, et al. L-Carnosine combination therapy for major depressive disorder: A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. J Affect Disord. 2020;267:131-136. doi:10.1016/j.jad.2020.02.020
  3. Caruso G. Unveiling the hidden therapeutic potential of carnosine, a molecule with a multimodal mechanism of action: a position paper. Molecules. 2022;27(10):3303. Publicado em 20 de maio de 2022. doi:10.3390/molecules27103303
  4. Chasapis CT, Loutsidou AC, Spiliopoulou CA, et al. Zinc and human health: an update. Arch Toxicol. 2012;86:521–534. https://doi.org/10.1007/s00204-011-0775-1
  5. Efthymakis K, Neri M. The role of zinc l-carnosine in the prevention and treatment of gastrointestinal mucosal disease in humans: a review [publicado on-line antes de impresso, 2 de junho de 2022]. Clin Res Hepatol Gastroenterol. 2022;46(7):101954. doi:10.1016/j.clinre.2022.101954
  6. Fasano A. Leaky gut and autoimmune diseases. Clin Rev Allergy Immunol. 2012;42(1):71-78. doi:10.1007/s12016-011-8291-x
  7. Ghajar A, Aghajan-Nashtaei F, Afarideh M, Mohammadi MR, Akhondzadeh S. l-Carnosine as adjunctive therapy in children and adolescents with attention-deficit/hyperactivity disorder: a randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial. J Child Adolesc Psychopharmacol. 2018;28(5):331-338. doi:10.1089/cap.2017.0157
  8. Hobson RM, Saunders B, Ball G, Harris RC, Sale C. Effects of β-alanine supplementation on exercise performance: a meta-analysis. Amino Acids. 2012;43(1):25-37. doi:10.1007/s00726-011-1200-z
  9. Itagaki M, Saruta M, Saijo H, et al. Efficacy of zinc-carnosine chelate compound, Polaprezinc, enemas in patients with ulcerative colitis. Scand J Gastroenterol. 2014;49(2):164-172. doi:10.3109/00365521.2013.863963
  10. Kashimura H, Suzuki K, Hassan M, et al. Polaprezinc, a mucosal protective agent, in combination with lansoprazole, amoxycillin and clarithromycin increases the cure rate of Helicobacter pylori infection. Aliment Pharmacol Ther. 1999;13(4):483-487. doi:10.1046/j.1365-2036.1999.00510.x
  11. Lujuan Xing L, Chee ME, Zhang H, Zhang W, Mine Y. Carnosine—a natural bioactive dipeptide: bioaccessibility, bioavailability and health benefits. J. Food Bioact. 2019;5:8–17.
  12. Mahmood A, FitzGerald AJ, Marchbank T, et al. Zinc carnosine, a health food supplement that stabilises small bowel integrity and stimulates gut repair processes. Gut. 2007;56(2):168-175. doi:10.1136/gut.2006.099929
  13. Matthews JJ, Dolan E, Swinton PA, et al. Effect of carnosine or β-alanine supplementation on markers of glycemic control and insulin resistance in humans and animals: a systematic review and meta-analysis. Adv Nutr. 2021;12(6):2216-2231. doi:10.1093/advances/nmab087
  14. Michielan A, D'Incà R. Intestinal permeability in inflammatory bowel disease: pathogenesis, clinical evaluation, and therapy of leaky gut. Mediators Inflamm. 2015;2015:628157. doi:10.1155/2015/628157
  15. Murakami K, Sato R, Okimoto T, et al. Influence of anti-ulcer drugs used in Japan on the result of 13C-urea breath test for the diagnosis of Helicobacter pylori infection. J Gastroenterol. 2003;38(10):937-941. doi:10.1007/s00535-003-1176-x
  16. Perrier C, Corthésy B. Gut permeability and food allergies. Clin Exp Allergy. 2011;41(1):20-28. doi:10.1111/j.1365-2222.2010.03639.x
  17. Roohani N, Hurrell R, Kelishadi R, Schulin R. Zinc and its importance for human health: An integrative review. J Res Med Sci. 2013;18(2):144-157.
  18. Smyth MC. Intestinal permeability and autoimmune diseases. Biosci Horiz. 2017;10:1-9.
  19. Sturniolo GC, Di Leo V, Barollo M, Fries W, Mazzon E, Ferronato A, D'Incà R. The many functions of zinc in inflammatory conditions of the gastrointestinal tract. J Trace Elem Exp Med. 2000;13(1):33-39.
  20. Tan B, Luo HQ, Xu H, et al. Polaprezinc combined with clarithromycin-based triple therapy for Helicobacter pylori-associated gastritis: A prospective, multicenter, randomized clinical trial. PLoS One. 2017;12(4):e0175625. Publicado em 13 de abril de 2017. doi:10.1371/journal.pone.0175625
  21. Watari I, Oka S, Tanaka S, et al. Effectiveness of polaprezinc for low-dose aspirin-induced small-bowel mucosal injuries as evaluated by capsule endoscopy: a pilot randomized controlled study. BMC Gastroenterol. 2013;13:108. Publicado em 4 de julho de 2013. doi:10.1186/1471-230X-13-108
  22. Zanini D, Jezdimirovic T, Stajer V, Ostojic J, Maksimovic N, Ostojic SM. Dietary supplementation with L-carnosine improves patient-reported outcomes, autonomic nervous system performance, and brain metabolism in 3 adult patients with multiple sclerosis. Nutr Res. 2020;84:63-69. doi:10.1016/j.nutres.2020.09.008

AVISO LEGAL: Este blog não tem a intenção de fornecer diagnóstico... Saiba mais