6 Suplementos Naturais Para Pedras nos Rins
O Que Nossos Rins Fazem?
A função principal dos rins é filtrar o sangue e excretar a urina. Após a filtragem do sangue, a urina é criada, passada para os ureteres (os tubos que conectam cada rim à bexiga) e armazenada na bexiga até que saia do corpo através da uretra. Este processo ajuda a remover toxinas do corpo, enquanto auxilia na manutenção do equilíbrio de eletrólitos essenciais como sódio, potássio, cálcio, e magnésio.
O Que São as Pedras nos Rins?
Quando a urina contém mais substâncias formadoras de cristais do que ela consegue diluir, podem se formar pedras nos rins. Elas também viajam para o ureter, onde podem ficar presas. Quando isso ocorre, a dor pode ser excruciante. As pedras nos rins são muito comuns e podem ocorrer em cerca de 10% da população.
Sintomas de Pedras nos Rins
Os sintomas de pedras nos rins costumam aumentar rapidamente e também podem desaparecer logo. As pedras podem causar cólicas e dor nos flancos, que tende a irradiar para a parte inferior das costas até os testículos ou região baixa do abdome. As pedras também estão associadas a náuseas, vômitos ou dificuldades de encontrar uma posição confortável. Além disso, pessoas com pedras nos rins podem notar sangue na urina, que fica mais escura.
3 Tipos de Pedras nos Rins
Cálcio (80%)
As pedras de cálcio correspondem a cerca de 80 por cento de todas as pedras nos rins. Elas podem ser de oxalato de cálcio ou fosfato de cálcio e ocorrem como resultado da concentração excessiva de cálcio nos rins ou na urina. Porém, as causas são muitas e não simplesmente consequência do excesso de cálcio.
Pedras de Ácido Úrico (5-15%)
O ácido úrico é um resíduo encontrado na urina, sendo responsável pelo seu cheiro peculiar. Quando aparece em quantidades excessivas, pode levar à formação de pedras de ácido úrico. Fatores de risco para o ácido úrico elevado incluem pré-diabetes, diabetes, sobrepeso, obesidade, gota e uma dieta rica em proteína animal e pobre em vegetais.
Estruvita/Pedras de Infecções (5%)
Estas pedras ocorrem em pessoas com infecções crônicas do trato urinário.
Fatores de Risco Para Desenvolvimento de Pedras nos Rins
- Desidratação crônica, baixo consumo de água (aumenta pedras de cálcio, ácido úrico e estruvita)
- Dieta rica em sal (pode resultar em pedras de cálcio)
- Dieta rica em proteína animal (pode resultar em pedras de ácido úrico)
- Diarreia crônica (pode resultar em pedras de cálcio)
- Obesidade (pode resultar em pedras de cálcio e ácido úrico)
- Histórico familiar de pedras nos rins
Refrigerantes, Limonada e Pedras nos Rins
Um alto consumo de açúcar é associado ao aumento da excreção de cálcio, o que possivelmente explica por que diabéticos apresentam risco aumentado para pedras nos rins. Um estudo de 2013 que avaliou cerca de 194.000 pessoas concluiu que, “o consumo de refrigerantes ou ponche adoçados com açúcar está associado a um risco aumentado de formação de pedras, enquanto o consumo de café, chá, cerveja, vinho e suco de laranja é associado a um risco mais baixo.” Mas nem todos os sucos de frutas cítricas são benéficos. Um estudo de 1998 mostrou que o suco de toranja estava associado a um aumento de 44% nas pedras nos rins
Mas algumas notícias são boas. De acordo com um estudo de 2019, adicionar limonada à sua dieta pode ser benéfico. Eles concluíram que a “Limonada diet pode fornecer uma opção de baixas calorias, sem açúcar, com bom custo-benefício para diminuir o risco de nefrolitíase recorrente por cálcio através de um aumento significativo no volume de urina, aumento no citrato da urina e redução da supersaturação de oxalato de cálcio e fosfato de cálcio.” Um estudo de 2005 também mostrou que o suco de limão pode ser benéfico.
Dieta e Pedras nos Rins
Pessoas com pedras recorrentes nos rins devem prestar muita atenção na dieta. Tradicionalmente, médicos recomendam que pessoas com histórico de pedras de oxalato de cálcio devem evitar alimentos ricos em oxalatos, incluindo espinafre, ruibarbo, polenta, batata assada, batata frita e batata doce, entre outros.
Um estudo de 2014 afirmou que “A abordagem alimentar mais eficiente para prevenir pedras nos rins é uma restrição branda de proteínas animais, um consumo equilibrado de carboidratos e gorduras e alto consumo de frutas e vegetais”. Uma dieta pobre em sódio também deve ser considerada, já que pode proteger contra pedras nos rins. Um estudo de 2020 concluiu que uma dieta vegetariana que inclua laticínios é a dieta mais efetiva e protetora para pessoas que apresentam pedras nos rins. Um outro estudo de 2020 concluiu que a dieta mediterrânea também pode ser benéfica.
Um estudo de 2002 demonstrou que uma dieta baixa em carboidratos ou cetogênica pode aumentar o risco de pedras nos rins. Para pessoas que seguem uma dieta cetogênica ou estão considerando seguir, os riscos e benefícios precisam ser considerados. Pessoalmente, já vi centenas de pacientes fazerem a dieta cetogênica e não vi ninguém desenvolver pedras nos rins.
Abordagem Convencional Para Pedras nos Rins
A abordagem médica convencional para pedras nos rins inclui medicamentos e/ou cirurgias. Os medicamentos mais comumente utilizados incluem opioides (hidrocodona, oxicodona, morfina) para a dor ou tansulosina, que ajuda a expulsar as pedras do ureter. Pedras menores do que 5-6 mm podem ser expelidas sozinhas com o tempo.
Quando o tempo ou medicamentos não são suficientes, ou caso a pedra seja maior do que 6 mm, uma intervenção cirúrgica com um urologista pode ser considerada. As intervenções cirúrgicas podem incluir litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC), ureteroscopia, (URS) ou nefrolitotomia percutânea (NLTP).
6 Suplementos Naturais Para Pedras nos Rins
Já foi demonstrado que suplementos naturais como o magnésio, citrato de potássio, cálcio, vitamina C, vitamina D, e coenzima Q10 podem ajudar com as pedras nos rins.
Magnésio
O magnésio é necessário para que mais de 350 reações bioquímicas ocorram no corpo humano. Quando o corpo está deficiente, há aumento do risco de palpitações cardíacas, cãibras nas pernas, pressão alta e pedras nos rins.
O magnésio inibe a formação de cristais de oxalato de cálcio na urina. Seu uso na prevenção de pedras nos rins é conhecido desde os séculos 17 e 18. Agora no século 21 , estamos redescobrindo seus benefícios novamente.
Um estudo de 1982 reportou que tomar magnésio resultava em uma redução de dez vezes na formação de pedras em pessoas atingidas. Além disso, 85 por cento dos pacientes que tinham em média uma pedra por ano estavam sem pedras nos rins três anos depois. Os pesquisadores concluíram que "O uso do magnésio no tratamento da doença renal com pedras de cálcio é eficiente com poucos efeitos colaterais. Nenhum sinal clínico de excesso de magnésio foi observado.”
Além disso, um estudo de 1988 mostrou que níveis mais baixos de magnésio na urina aumentavam o risco de desenvolvimento de pedras nos rins. Isso foi corroborado por um estudo de 2020, que mostrou que níveis sanguíneos baixos de magnésio estavam associados a um aumento do risco de pedras nos rins. Dose sugerida: 125 a 500 mg por dia.
Citrato de Potássio
O citrato de potássio se liga ao cálcio da urina, prevenindo a formação de pedras de cálcio. Além disso, o citrato se liga ao oxalato de cálcio, evitando que as pedras de cálcio aumentem, caso estejam presentes.
Um estudo de 2009 na Pediatrics demonstrou que o citrato de potássio foi um tratamento efetivo para a prevenção de pedras nos rins. Um estudo de 2010 também demonstrou a efetividade do citrato de potássio na prevenção de pedras nos rins em pacientes acometidos de rim esponjoso medular (REM), uma condição associada a pedras de cálcio recorrentes. É aceitável tomar tanto o magnésio quanto o citrato de potássio. Dose sugerida: conforme indicada no rótulo.
Cálcio
Tradicionalmente, uma dieta pobre em cálcio era recomendada para ajudar a prevenir pedras nos rins. Superficialmente, isso parece fazer sentido, mas estudos não corroboram isso, já que uma dieta pobre em cálcio geralmente resulta no aumento da absorção intestinal de oxalato, resultando em mais pedras nos rins. Na verdade, dietas ricas em alimentos repletos de cálcio parecem prevenir a formação de pedras nos rins.
O equilíbrio entre os benefícios e malefícios dos suplementos de cálcio em relação a pedras nos rins não é claro. Um estudo de 2015 com pessoas que tomavam suplementos de cálcio mostrou aumento no risco de formação de pedras nos rins. Um estudo de 2019 também repetiu o mesmo receio. Porém, um estudo de 2004 no Archives of Internal Medicine não encontrou risco aumentado para pedras nos rins com suplementos de cálcio.
Apesar disso, costuma ser recomendado que pessoas tomando suplementos de cálcio também adicionem magnésio. Além disso, fórmulas de citrato de cálcio podem ser uma opção melhor para pessoas preocupadas com pedras nos rins.
Vitamina C
Existem relatos conflitantes em relação à vitamina C e pedras nos rins. A vitamina C é metabolizada em oxalato, o que aumenta o risco de pedras nos rins. Como resultado, geralmente é recomendado que a pessoas que apresentam risco para pedras nos rins evitem doses de vitamina C maiores do que 1000 mg por dia.
Porém, um estudo de 1999 no qual 85.557 pessoas foram prospectivamente estudadas concluiu que a "restrição rotineira de vitamina C para prevenir a formação de pedras não parece garantida." Um estudo de 2016 no American Journal of Kidney Disease esclareceu alguns aspectos, mostrando que a suplementação com vitamina C estava associada a um risco significativamente maior de pedras nos rins somente em homens, enquanto não houve aumento entre as mulheres. Uma recomendação prudente seria manter a vitamina C em menos de 1000 mg por dia caso apresente risco para pedras nos rins. Além disso, pode-se considerar adicionar magnésio e citrato de potássio.
Vitamina D
A deficiência de vitamina D é comum. Milhares de estudos ao longo da década mostraram que níveis mais baixos de vitamina D estão associados a um risco aumentado de doenças cardíacas, doenças neurológicas e diversos tipos de câncer Também existem evidências de que pessoas que apresentam riscos para pedras nos rins têm mais chance de apresentar deficiência dela. Algumas pessoas se perguntam se a suplementação com vitamina D pode aumentar o risco de pedras nos rins, mas a maioria das evidências sugere que não.
Um estudo de 2013 descreveu que “A suplementação a curto prazo de vitamina D em pessoas com deficiência desta vitamina e propensão a formar pedras não pareceu aumentar a excreção urinária de cálcio.” De maneira similar, um estudo de 2016 mostrou que a suplementação com vitamina D não aumentou o risco de pedras nos rins. Um estudo de 2019 forneceu aos pacientes 50.000 UI por semana e descobriu que pacientes com deficiência de vitamina D que suplementavam com doses convencionais não necessariamente apresentaram aumento nas pedras nos rins. Porém, um estudo de 2020 mostrou que a vitamina D pode aumentar o risco de excreção de cálcio.
A conclusão é que uma pessoa deficiente em vitamina D que apresenta risco para pedras nos rins pode considerar tomar vitamina D mas também deve ter algumas precauções alimentares e talvez adicionar magnésio e/ou citrato de potássio à sua rotina diária de vitaminas. Dose sugerida: de 1000 UI a 5000 UI diariamente.
Coenzima Q10
A coenzima Q10 (CoQ10), também conhecida como ubiquinona, é um nutriente antioxidante de ocorrência natural necessário para a vida e para que as células gerem energia. Isso é feito principalmente em uma parte da célula chamada mitocôndria, a usina celular que gera energia no corpo. A CoQ10 também pode ajudar a proteger os rins e pode ser benéfica para pessoas que passam pelo ESWL, um procedimento cirúrgico para quebrar pedras nos rins.
No estudo de 2014, participantes receberam 200 mg de CoQ10 por dia, começando uma semana antes da cirurgia e tomando por uma semana após. Pessoas que tomaram a CoQ10 apresentaram melhor funcionamento dos rins e menos inflamação após o procedimento cirúrgico.
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