4 Formas Naturais de Aumentar os Níveis de Energia
A vida neste planeta é um processo incrível. A vida envolve criar e transferir energia. Falando de forma simples, a energia é a moeda da vida. Vejamos de onde ela vem e como obter mais dela em nossas vidas.
As plantas criam energia como combustível para viver e crescer, transformando a energia solar em energia química por meio da fotossíntese. Seres humanos geram energia a partir do alimento que consomem, com o auxílio das mitocôndrias, os compartimentos que produzem energia nas células de nossos corpos.
Mitocôndrias: as Usinas de Energia do Corpo
As mitocôndrias são incríveis miniusinas energéticas que variam em número de célula para célula com base nos requisitos de energia do tipo específico de célula. A maioria das células tem cerca de 300 mitocôndrias, mas células de órgãos que precisam de muita energia, como o fígado e o coração, têm 2 mil e 5 mil por célula, respectivamente. E algumas células do cérebro têm perto de um milhão de mitocôndrias por célula.
Considere a seguinte maravilha da natureza: as mitocôndrias se tornaram parte das células em organismos primitivos há mais de 1,5 bilhão de anos quando essas células envolveram uma forma antiga de bactérias. Células hospedeiras primitivas não podiam destruir as bactérias que se tornaram mitocôndrias; portanto, as duas células (hospedeiras) e as bactérias (futuras mitocôndrias) aprenderam a viver juntas para se tornarem uma só. Curiosamente, quando os seres humanos se reproduzem, é o DNA mitocondrial da mãe que passa para o filho.
As mitocôndrias produzem energia a partir de uma mistura dos alimentos que consumimos e do oxigênio que respiramos. A energia criada circula na forma de uma substância que conhecemos como trifosfato de adenosina (ATP). Ao todo, de forma notável, as mitocôndrias em nosso corpo produzem uma quantidade de ATP aproximadamente equivalente a nosso peso corporal.
ATP: a Moeda Energética Que Nos Abastece
ATP é a moeda das reações químicas que nos mantém vivos. E a quantidade de ATP que as mitocôndrias produzem ao todo determina o nível geral de energia de uma pessoa. O ATP desempenha um papel importante no funcionamento do cérebro, na velocidade de nosso envelhecimento, no grau de inflamações em nosso corpo e na probabilidade de desenvolvimento de doenças crônicas ligadas ao envelhecimento.
A diminuição da função mitocondrial (produção de energia celular) está associada a uma baixa função imunológica e a infecções mais graves. Portanto, devemos procurar formas de reforçar a função mitocondrial.
A função mitocondrial geral é como um dimerizador. Pessoas cuja função mitocondrial está baixa mal têm energia suficiente para passar o dia e sofrem de pouca clareza mental. Em longo prazo, uma produção baixa de energia prepara o palco para uma saúde celular precária e, potencialmente, doenças.
Por outro lado, quando suas células estão cheias de energia, sua vida também está. Tudo fica mais claro, sobretudo sua mente. E esse é nosso objetivo ao aumentar os níveis de energia, de função mental e dos problemas de saúde associados ao envelhecimento.
O cérebro é o tecido mais metabolicamente ativo no corpo; portanto, a função mitocondrial costuma ser a mais perceptível nesse local. Porém, ela afeta cada célula e função no corpo.
Por exemplo, se uma célula do fígado não tiver energia suficiente, ela não conseguirá desintoxicar o corpo de forma adequada. Se os músculos não tiverem uma função mitocondrial adequada, não conseguirão se livrar dos resíduos metabólicos, deixando-os mais fracos e doloridos ao toque.
Quando as mitocôndrias não funcionam corretamente, isso se torna um grande problema, explicando vários dos sintomas em doenças crônicas complexas, como a síndrome da fadiga crônica.
Melhorando a Função Mitocondrial
Cada vez mais pesquisas mostram que melhorar a função mitocondrial pode aumentar os níveis de energia e proteger nossa saúde. Essa também é uma estratégia importante para desacelerar o processo de envelhecimento, sobretudo no cérebro.
Reforçar a função mitocondrial exige três metas principais:
- Fornecer todos os nutrientes essenciais.
- Utilizar suplementos alimentares específicos como intensificadores mitocondriais para proteger e melhorar a função mitocondrial.
- Reduzir sua exposição a fatores prejudiciais, como fumar, toxinas ambientais (pesticidas, herbicidas, metais pesados como chumbo, mercúrio e cádmio) e drogas.
As mitocôndrias precisam dos componentes básicos dos nutrientes para funcionarem corretamente: proteínas adequadas, as gorduras certas, carboidratos de fontes de qualidade, vitaminas, minerais e uma boa hidratação.
Confira minhas recomendações básicas de suplementos para uma boa saúde e para as necessidades mitocondriais:
- Tome uma fórmula multivitamínica e mineral de alta qualidade.
- Consuma vitamina D3 suficiente (normalmente entre 2.000 e 5.000 UI por dia) para elevar seus níveis de D3 no sangue até o intervalo ideal (50-80 ng/ml)
- Consuma um produto de óleo de peixe de alta qualidade para obter 1.000 mg de EPA+DHA diariamente.
- Consuma mais antioxidantes à base de plantas, como extratos ricos em flavonoides (p.ex., resveratrol, semente de uva ou extrato de casca de pinheiro).
Como uma orquestra, é muito importante que todos esses compostos alimentares façam uma bela música na forma de ATP. Vitaminas e minerais são nutrientes essenciais para todas as pessoas porque têm papéis fundamentais no corpo humano, como a produção de energia mitocondrial e funções celulares básicas. Além de reforçarem essas funções por meio da suplementação, nutrientes como vitaminas B, vitamina C, ferro, magnésio e zinco, também demonstraram melhorar o humor e os níveis de energia mental e física.1
E além desses nutrientes essenciais, as mitocôndrias também se beneficiam dos seguintes suplementos alimentares que lhes dão um impulso extra no funcionamento.
NAC
N-acetilcisteína (NAC) aumenta os níveis de glutationa, o principal protetor antioxidante das mitocôndrias. Baixos níveis de glutationa podem acelerar o processo de envelhecimento e aumentar o risco de problemas relacionados à idade, como perda de memória, resistência a insulina e quase qualquer problema degenerativo crônico. O motivo é que níveis baixos de glutationa significam uma baixa função mitocondrial. A NAC é uma das formas mais eficientes de aumentar o teor de glutationa, mas você também pode tomar L-glutationa como um suplemento.2-4
CoQ10
Coenzima Q10 e pirroloquinolina quinona (PQQ) são dois suplementos alimentares fundamentais para melhorar a função mitocondrial que trabalham juntos em sinergia. Elas trabalham em conjunto como uma vela de ignição para o combustível no motor de um carro. Assim como um carro não consegue funcionar sem essa fagulha inicial, as mitocôndrias no corpo não conseguem produzir energia sem a fagulha da CoQ10 e da PQQ, que transformam as gorduras alimentares em energia. Um dos benefícios adicionais da PQQ é que ela também promove a produção espontânea de novas mitocôndrias, um processo conhecido como biogênese mitocondrial. Esse é o efeito pelo qual a PQQ é tão empolgante como intensificadora mitocondrial.5 PQQ não é produzida pelo corpo e é um real nutriente essencial para todos os mamíferos, incluindo os seres humanos. Em um estudo clínico com pacientes saudáveis, a PQQ aumentou os níveis de energia celular. Isso significa que as células podem funcionar melhor e se sentirem com mais energia com o aumento dos níveis de PQQ.6,7
Embora o corpo consiga produzir CoQ10, uma quantidade considerável de pesquisas mostra que a produção no corpo é baixa em certas situações e que há benefícios significativos com a suplementação de CoQ10 para recuperar níveis adequados no corpo. Esse fato é especialmente real para pessoas com função cardiovascular prejudicada, pressão arterial alta ou pessoas que estejam tomando medicamentos da família das estatinas para baixar o colesterol. Essas situações estão associadas a baixos níveis de CoQ10, e a suplementação restaurará níveis normais de CoQ10 no sangue.8,9
Além disso, os idosos em geral podem ter mais necessidade de CoQ10, pois se sabe que os níveis de CoQ10 diminuem com o avanço da idade. E essa não é uma situação boa, pois significa que menos energia está sendo produzida, o que causa fadiga, redução na função celular e comprometimento na função cerebral.8 Felizmente, o consumo de 200 mg de CoQ10 e 20 mg de PQQ por dia melhorou a memória e a função cerebral de pessoas de meia-idade muito mais do que o consumo apenas do nutriente.10
Carnitina
A carnitina funciona de forma semelhante a um sistema de injeção de combustível nas mitocôndrias. Mas, em vez de queimar gasolina, as mitocôndrias utilizam gordura, especificamente ácidos graxos de cadeia longa, como fonte para a produção de energia. A carnitina é necessária para transportar essas longas cadeias de gordura até as mitocôndrias.11 Eu recomendo a forma de acetil-L-carnitina. Ela é uma rejuvenescedora mitocondrial.12
Ácido Alfalipoico
O ácido alfalipoico é uma substância semelhante a uma vitamina e que contém enxofre que desempenha um papel essencial como um cofator necessário em duas reações fundamentais de produção de energia nas mitocôndrias envolvidas na produção de ATP. O ácido lipoico beneficia a saúde do fígado e o metabolismo. Eu considero o ácido R-lipoico como a melhor forma.13
Considerações Finais Sobre o Aumento dos Níveis de Energia
Nunca será demais salientar como uma boa noite de sono pode melhorar os níveis de energia, a função mitocondrial, a saúde geral e a capacidade de combater infecções. O magnésio é um nutriente fundamental que devemos considerar como suplemento. Um teor baixo de magnésio pode gerar fadiga devido à diminuição da função mitocondrial. Portanto, ele estimula a produção real de energia. Ele também cria um efeito calmante e promove um sono tranquilo, principalmente se tomado antes de dormir.14
O magnésio é um nutriente fundamental que as pessoas não consomem o bastante. Aumentar os níveis desse nutriente trará melhorias significativas na energia, principalmente para pessoas que sofrem de fadiga.1,15
O magnésio está disponível em diversas formas. Estudos de absorção indicam que o magnésio é facilmente absorvido oralmente, sobretudo quando está ligado ao citrato, à glicina (bisglicinato), ao aspartato e ao malato. Formas inorgânicas de magnésio, como o cloreto, o óxido ou o carbonato de magnésio, costumam ser bem absorvidas, mas têm uma maior chance de causar diarreia com dosagens mais altas.
Referências:
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